quinta-feira, 20 de março de 2014

O Câncer de Porto Velho



  No ano do centenário de Porto Velho o que temos é uma cidade suja, fedorenta, desordenada e caótica. Assim se descreve a capital de Rondônia - Porto Velho. Ora, quando dizem que a nossa cidade mais lembra uma favela do que uma cidade (Capital!) há quem não goste. Lembremos do período eleitoral passado, durante uma sabatina quando um dos candidatos a prefeitura disse que Porto Velho era uma favela e, o atual gestor rebateu de imediato com os dizeres: "eu não moro em uma favela e tenho certeza quem está aqui também não’’, que consequentemente foi ovacionado pelo público ali presente. Resumindo: o portovelhense não gosta da verdade, residir na mentira é mais cômoda e confortável.

  Além dos atuais gestores que levam nossa cidade às ruínas, há outro grande problema, o verdadeiro câncer da cidade: o portovelhense. Aquele portovelhense que joga o lixo na rua, em igarapés; que estaciona o seu veículo em paradas de ônibus, estaciona em vagas destinadas a deficientes físicos, na calçada obstruindo a passagem dos pedestres; que liga o som de seu carro em volumes exorbitantes para que todos possam ouvir a sua "boa música"; aquele que pensa que o seu direito é mais importante que o do próximo; o mesmo que pega ônibus cheio todo dia e apenas reclama; que bajula “apresentadores” locais de televisão; o que reclama da rua escura, das alagações, dos buracos etc e, que não sai do seu conformismo e Facebook para reivindicar seus direitos e mudar a situação atual. Enfim, o mesmo que depois acha-se no direito de reclamar da cidade por aí. Esse ano Porto Velho fará 100 anos de emancipação - centenário! E o que temos para comemorar? Nada. Pois enquanto nossa cidade e o portovelhense não mudarem, nada se comemora, nada cresce, desenvolve, enfim, nada muda.

  Caro portovelhense, não se iluda. Nada muda se você não mudar.



Autor: Marcelo Negrão,  tem 17 anos, estudante de Administração.







segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Vida sobre rodas.


Acho que não sei dirigir! É minha gente, essa é a conclusão que cheguei. Acredito que sou eu o errado nesse trânsito caótico da nossa cidade. Sou o único que dirijo diferente: paro antes da faixa de pedestre, dou seta para virar, freio ao invés de buzinar, não estaciono em vagas destinadas a deficientes ou idosos, ... Sou mesmo diferente dos outros. Até o que aprendi é diferente dos demais. Eu nunca aprendi na vida que as faixas beirando o meio fio, aquelas que acumulam poeira e areia em decorrência das chuvas e ventanias, são de exclusividade de motos; que, quando estou em uma avenida principal, sou eu que tenho que tomar cuidado com as ruas transversais que estão por ali, por que, naquele cantinho inóspito, tem uma faixa imaginária exclusiva para motocicletas e seus pilotos poderão adentrar a toda velocidade sem ao menos se dar ao trabalho de olhar. E se, por “imprudência” minha, estiver um pouco mais rápido na rua principal, e causar um acidente, pode até ser fatal para mim, pois eu tenho quase certeza que com o motociclista, não irá acontecer nada. Pelo menos é isso que está implícito na autoconfiança dele. Esse trânsito está o caos semi-controlado, motivo de 80% de nosso estresse. E essa culpa tem que ser bem distribuída entre governantes e motoristas mas, eu creio, que a culpa é na maior parte dos próprios motoristas. Direção defensiva? Acho que andam confundindo com direção ofensiva. Vejo que as pessoas utilizam seus veículos como armas, fazem deles uma extensão do seu corpo, acreditam que em um acidente somente o “adversário” irá se ferir e, assim, dirigem absurdamente, feito loucos, zig-zagueando pelas ruas pouco sinalizadas, xingando e sendo xingado, ultrapassando pelo lado errado e acelerando o máximo do seu veículo. Admito que, por esse motivo, me surpreendo quando vejo as pessoas criticando os funcionários do trânsito da SEMTRAN, afirmando que eles só sabem multar e que a função deles é educar. Eu me assusto, pois, mesmo eu não tendo aprendido as leis de trânsito como a maioria da população aprendeu, e estando sempre fora dos padrões atuais da dirigibilidade portovelhense, eu nunca fui multado e, graças a Deus, não sofri nenhum acidente, ficando mais surpreso quando lembro que, para ser educado no trânsito, é necessário frequentar uma AUTOESCOLA, e pra não ser multado, é necessário dirigir corretamente e respeitando as leis. Será se sou eu mesmo o errado?


Fred Versalli
01/11/2013





 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Somente Obedeço.



Esse dilema é vivido pela grande maioria da sociedade. Nossa vontade própria é um sonho corriqueiro, que passa rapidamente entre o “sim, Senhor (a)!” e o “claro, que posso!”, sempre seguido de um sorriso amarelo. Hoje você pode ficar após o horário de trabalho? Pode chegar mais cedo? Você pode fazer mais esse trabalho por que seu colega não deu conta? Você pode mais isso? Você pode mais aquilo? “Sim, Senhor!”, “claro, que posso!”. Não importa se vou trabalhar doente, se tiver que tomar algum relaxante muscular para poder suportar a dor na coluna, se minha vida está de ponta à cabeça, se meu time de coração foi rebaixado ou se minha mulher está naqueles dias das 3 letrinhas(TPM). Chefe é chefe, e a minha vontade tem que ser a dele. Minha salvação é que me pego a agradecer por mais um dia de trabalho e por satisfazer todas as vontades de meu chefe, afinal, sou pago pra isso. E quando chego em casa? Ouço, “suavemente”, minha mulher pedir: - “Você pode me ajudar aqui com esse reparo? Pode me levar no cabeleireiro? Pode ir comprar isso no supermercado? Pode? Você pode? Posso! Isso não vai afetar a minha vontade de me jogar me cima da cama e dormir 10 minutinhos antes do jantar, ou de tomar um banho de lavar a alma, ou mesmo de recostar meu corpo naquela cadeira que chamam “do papai”. Não, definitivamente! Minha família tem a mesma presença que meu chefe, e meus dias começam e terminam pra viver a vontade de outros!


Fred Versalli
30/10/2013





"Difícil é não acordar querendo que o dia acabe e dormir querendo que o dia não comece!"
(Fred Versalli)